Fonte g114:13:53
Gestão Guti em Guarulhos deixou de construir reservatório em bairro que está há 1 semana embaixo d’água e diz que Tarcísio não enviou verba
A exemplo do Jardim Pantanal, a cidade de Guarulhos ainda tem quatro bairros às margens do Rio Tietê embaixo d’água: Vila Any, Vila Izildinha, Jardim Guaracy e Vila Laurita. Pôlder na Vila Any minimizaria crise, mas desde 2021 não saiu do papel. Governo de SP diz que recebeu documento da prefeitura que necessitava de aprofundamento técnico.
Vizinha do Jardim Pantanal, na Zona Leste de SP, a Vila Any, em Guarulhos, é um dos quatro bairros da cidade vizinha à capital paulista que está há uma semana também embaixo d’água.
O drama dos moradores do bairro poderia ter sido ao menos minimizado se, em 2021, a gestão do ex-prefeito Gustavo Henric Costa, o Guti Costa (PSD), tivesse levado em frente um projeto de construção de um pôlder na região.
A obra da Vila Any não saiu do papel durante a gestão do ex-prefeito Guti, que governou Guarulhos por dois mandatos e deixou a cadeira em 31 de dezembro do ano passado.
Por meio de nota, Guti Costa disse ao g1 e ao SP2, da TV Globo, que não conseguiu levar adiante o projeto porque não tinha recursos no município e que a execução do reservatório, às margens do rio Tietê, é de responsabilidade do governo do estado de SP.
Gestão Guti em Guarulhos deixou de construir reservatório em bairro que está há 1 semana embaixo d’água e diz que Tarcísio não enviou verba
“O projeto de 2021 demonstra a preocupação de nossa gestão em buscar soluções. Porém, o Município não dispunha dos recursos necessários para a realização da obra, até porque não seria de responsabilidade da Prefeitura, mas sim do Estado. Em 2023, quando o governador Tarcísio de Freitas solicitou para que as prefeituras apresentassem suas demandas para a região, reiteramos nosso pedido”, disse o ex-prefeito.
Projeto do reservatório da Vila Any, em Guarulhos, que está parado desde 2021. — Foto: Reprodução/TV Globo
“Em março de 2023, em reunião com o DAEE solicitamos a construção do pôlder, a partir de nosso projeto, na região que abrange os bairros Vila Izildinha, Vila Any e Jardim Guaracy, incluindo medidas para realocação de parte das famílias que vivem naquela região, construção de um reservatório de contenção, além do desassoreamento do rio Tietê”, completou.
O que diz a gestão Tarcísio
Por meio de nota, a SP Águas, agência do governo Tarcísio que substituiu o antigo Departamento de Águas (DAEE), afirmou que “recebeu um documento da Prefeitura de Guarulhos em 2023, que necessitava de aprofundamento técnico”.
“Foram solicitados os ajustes e a Agência aguarda devolutiva para avaliação. A SP Águas está à disposição da Prefeitura de Guarulhos e de todas as prefeituras para dialogar e buscar soluções conjuntas para desafios como o dos alagamentos enfrentados nesse período chuvoso”, declarou o órgão.
Porém, Guti rebateu a nota do governo Tarcísio, de quem foi aliado durante os dois últimos anos, dizendo que a SP Águas precisa provar que enviou notificação de reparo no projeto.
“A SP Águas informa que pediu detalhamento do projeto em 2023 e aguarda isso até hoje. Nós desconhecemos essa informação. Seria importante que eles mostrassem esse pedido, caso tenham feito”, disse o ex-prefeito.
A exemplo de muitos moradores que residem na região de várzea do Tietê, tanto no Jardim Pantanal em SP, como na Vila Any em Guarulhos, Guti colocou a culpa das enchentes no fechamento da barragem da Penha, administrada pela SP Águas, pelo caos vivido pelos munícipes daquela área, que também engloba os bairros guarulhenses Vila Izildinha, Jardim Guaracy e Vila Laurita.
O ex-prefeito também culpou o agravamento da crise na área falando das obras da Prefeitura de São Paulo nos bairros vizinhos que pertencem à cidade de São Paulo.
“Não é de hoje que os moradores desses bairros sofrem com as enchentes. Os problemas de alagamentos na região da Vila Any se arrastam por décadas, já que há mais de 40 anos as áreas de várzea abaixo do rio Tietê foram ocupadas de forma irregular. Desde o início do meu primeiro mandato buscamos soluções, já que se trata do transbordamento do rio Tietê, de responsabilidade do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão do Governo do Estado”, declarou.